SIMPÓSIOS TEMÁTICOS APROVADO
GELLNORTE – Grupo de Estudos Linguísticos e Literários do Norte
IV Encontro do GELLNORTE
Lista de Simpósios Temáticos Aprovados
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Simpósio 1 – Quem Conhece a Amazônia? – Educação, Formação Cultural e Pesquisa Estética em Seu Contexto
Simpósio 2 – Estudos Sociodialetais na Região Norte
Simpósio 3 – Semiótica Discursiva e seus Desdobramentos Contemporâneos
Simpósio 4 – Ciências do Léxico no Contexto da Amazônia Legal
Simpósio 5 – Leitura como Prática Social e Emancipação
Simpósio 6 – Texto, Discurso e Enunciação em Perspectiva nas Práticas Institucionais de Sentido
Simpósio 7 – Linguística Aplicada na Perspectiva Pós-Humanista no Ensino e Aprendizagem de Línguas: Materna e Adicionais
Simpósio 8 – Paisagens Linguísticas, Literárias, Historiográficas: Tecituras de Cidades/Florestas/Rios/Amazônias
Simpósio 9 – Bakhtin e o Círculo: Possibilidades para uma Perspectiva Discursivo-Enunciativa Teórica-Analítica-Metodológica
Simpósio 10 – Dialogismo e Interação no Ensino de Línguas
Simpósio 11 – Literatura de Testemunho: Discussões Teóricas e Empíricas
Simpósio 12 – Políticas Linguísticas na Perspectiva da Educação Escolar Indígena Bilíngue, diferenciada e intercultural.
Simpósio 13 – Aprendendo na Rede: Digitalidades na Amazônia
Simpósio 14 – Literaturas Negras e/ou Afrodescente, Africanas e os Letramentos Raciais: Diálogos Possíveis, Relações Necessárias.
Simpósio 15 – Formação de Professores, Linguagem, Identidade e Ensino de Línguas
Simpósio 16 – Cânone(s) Literário(s) da Amazônia: história, circulação e recepção
Simpósio 17 – Desafios no Ensino de Literatura: do Aluno ao Leitor
Simpósio 18 – Língua Brasileira de Sinais: Linguística Aplicada, Educação e Descrição Linguística
Simpósio 19 – Os Indígenas na Universidade: Cultura e Língua
Simpósio 20 – Comunicações Livres em Linguística
Simpósio 21 – Comunicações Livres em Literatura
Simpósio 1
Quem Conhece a Amazônia? – Educação, Formação Cultural e Pesquisa Estética em Seu Contexto
Maria de Fatima do Nascimento – UFPA
Hugo Lenes Menezes – IFPI
Historicamente, a partir de Mme. de Staël e A. Schlegel, ministrante de conferências didáticas, torna-se explícita a defesa do esteta verbal (e não verbal) enquanto núncio que educa e forma no sentido humanístico-cultural. É de Schiller “A educação estética do homem” (1795). Para semelhantes teóricos e outros no devenir da história, a arte é também fenômeno sociopolítico, axiológico e “paidêutico”. Tal fato identificamos, por exemplo, em dois educadores estético-literários da Amazônia brasileira de repercussão nacional, ambos exercem, até “avant la lettre” no caso do primeiro, o reivindicado e hoje centenário direito modernista à pesquisa estética. Os aludidos educadores são José Veríssimo e Benedito Nunes, paraenses alvo de reclamações acadêmicas, supostamente, por não contemplarem obras de sua região. Essa, ora espaço maldito num “Inferno verde” (1908), de Alberto Rangel, ora edênico em “Um paraíso perdido” (1909), de Euclides da Cunha, desde a formação de nossa literatura, desperta fascínio em verso e prosa (diários, impressões de viagem e narrativas afins). Veríssimo, “mais crítico que historiador”, igualmente é autor de “A Amazônia” (1892). Nunes, crítico literário por excelência, aborda a questão amazônica não em volumes autônomos, mas sim em apresentações escritas (introduções, prefácios e artigos) de obras de seus conterrâneos (Dalcídio Jurandir, Haroldo Maranhão…) e em apresentações orais (palestras e conferências) sobre diversas artes, com vistas a esclarecer o público. Pertinentemente, nos idos de 1876, sem haver a divisão entre Norte e Nordeste, Franklin Távora, no prefácio a seu romance O Cabeleira, recrimina contemporâneos por entender que não representam a Região Norte, em especial a Amazônia, quando em 1872 José de Alencar, no projeto de traçar um retrato do Brasil no tempo (romances históricos e indianistas) e no espaço (romances regionalistas e urbanos), situa “Ubirajara” (1874) naquelas terras setentrionais. Então, objetivamos aqui acolher variados trabalhos em consonância com a temática do presente título e resumo.
Palavras-Chave: Amazônia brasileira. Educação artístico-literária; Formação humanístico-cultural. Pesquisa estética. Literatura na Amazônia.
Simpósio 2
Estudos Sociodialetais na Região Norte
Romário Duarte Sanches – UEAP
Greize Alves da Silva – UFT
Luzineth Rodrigues Martins – UFRR
Os estudos sociodialetais no Brasil, sobretudo na região Amazônica, vem apresentando diferentes perspectivas de investigação a respeito da mudança e da variação linguística. Tendo em vista as novas pesquisas no âmbito da Sociolinguística, da Dialetologia e da Geolinguística no Norte do Brasil, esta proposta de simpósio busca reunir pesquisadores, professores e alunos que se dedicam a estudar o português brasileiro e que apresentam contribuições relevantes para um melhor conhecimento e compreensão de fenômenos fonético-fonológicos, semântico-lexicais, morfossintáticos e discursivo-pragmáticos inerentes aos falares amazônicos. Desse modo, o simpósio aceitará trabalhos que tratam de fenômenos linguísticos, tendo como corpus de análise dados orais ou escritos sob a perspectiva da sociolinguística variacionista (LABOV, WEINREICH; HERZOG,1968; LABOV, 1966; 1972; 1983;) e/ou da Dialetologia (FERREIRA; CARDOSO, 1994; CARDOSO, 2010) e seu método Geolinguístico. O simpósio contemplará também pesquisas que tenham como objeto de estudo o falar de comunidades tradicionais, tais como aquelas referentes aos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Assim, projetamos traçar um panorama das pesquisas sociodialetais já realizadas ou em andamento nas universidades do Norte do Brasil, além de compartilhar os desafios e avanços desse tipo de pesquisa na região, na intenção de reforçar os rumos teórico-metodológicos da Sociolinguística e da Dialetologia na Amazônia.
Simpósio 3
Semiótica Discursiva e seus Desdobramentos Contemporâneos
Luiza Helena Oliveira da Silva – UFNT
Naiane Vieira dos Reis Silva – IFCE
O campo da semiótica discursiva, conforme já previsto pelo seu criador, Algirdas Julien Greimas, privilegia o sentido nos mais diversos objetos semióticos, cujos modos de significar também demandaram complexificação do aparato analítico da teoria. Nesse sentido, observam-se diversos desdobramentos: nas paixões, na interação, na estesia, como semiótica do espaço, plástica, tensiva, didática entre outras. Tendo em vista um vasto campo de pesquisa, com múltiplas possibilidades de categorias de análise, cuja interdisciplinaridade com diversos campos teóricos orienta a busca pelo sentido, a teoria semiótica francesa mantém ainda um ponto em comum que norteia os novos caminhos: a partir de um percurso gerativo de sentido do plano do conteúdo, desenvolvem-se e/ou ampliam-se níveis de pertinência de análise, considerando-se os objetos de interesse de semioticistas. Diante desse cenário, este simpósio objetiva reunir os trabalhos que tomam a semiótica greimasiana como subsídio teórico para a análise de diferentes objetos, discutindo e refletindo como essa teoria contribui para o fazer científico na região Norte. Especialmente, contamos com as reflexões que problematizam essa perspectiva teórica, colocando-lhe questões e propondo encaminhamentos, uma vez que novos objetos de pesquisa fora dos tradicionais centros urbanos brasileiros certamente engendram diferenciados modos de significação. Dessa forma, também serão bem-vindas propostas que se voltam para o próprio arcabouço teórico da semiótica, em que, no diálogo com perspectivas decoloniais, da História Oral, do campo da educação, da interculturalidade etc., emergem questões e limites a partir dos objetos analisados e das epistemologias intercambiadas.
Simpósio 4
Ciências do Léxico no Contexto da Amazônia Legal
Ana Claudia Castiglioni – UFNT
Karylleila dos Santos Andrade – UFT
As Ciências do Léxico, no alcance interdisciplinar de seu objeto de estudo, constituem um caminho possível para o conhecimento da cosmovisão das comunidades que ocupam ou ocuparam um determinado espaço. Isso porque é o léxico é o nível linguístico menos estável de uma língua, sendo, dessa forma, mais suscetível aos fatores extralinguísticos que permeiam a sociedade, como a cultura, as condições socioeconômicas e, até mesmo, o ambiente físico. Três disciplinas têm o léxico como objeto de estudo, com enfoques diferentes: a Lexicologia, a Lexicografia e a Terminologia. A Lexicologia se ocupa do estudo do componente lexical em geral, a Lexicografia fornece suporte teórico e prático à organização do léxico de forma sistemática, orientando a produção de dicionários, vocabulários e glossários de língua geral. A Terminologia, por sua vez, privilegia o estudo do componente lexical especializado, e em sua dimensão prática – Terminografia – orienta também a constituição de repertórios lexicais especializados. Uma área que vem ganhando espaço nas pesquisas com o léxico no Brasil é a Onomástica, subárea da Lexicologia, que tem como objeto de estudo os nomes próprios. Ela se subdivide em Toponímia, estudo dos nomes de lugares, e Antroponímia, estudo dos nomes de pessoas. Sob o viés da Onomástica é possível conhecer, registrar e analisar, dentre outros, a motivação semântica, a etimologia, morfologia da nomeação de lugares e de pessoas. Este Simpósio Temático tem como objetivo divulgar e socializar as pesquisas relacionadas ao léxico da língua realizadas, sobretudo, na região que compreende a Amazônia Legal em território brasileiro, no que diz respeito à produção de vocabulários, glossários, materiais didáticos e pedagógicos, além de contribuições teóricas e metodológicas que tenham como eixo norteador as disciplinas que compreendem as Ciências do Léxico.
Simpósio 5
Leitura como Prática Social e Emancipação
Bruna Carolini Barbosa – UFAC
Victor Santiago Sousa – UFAC
A leitura possibilita diálogos que abrangem a complexidade social e a subjetividade do leitor. Ailton Krenak (2019), em Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, nos convida a pensar sobre nossa capacidade crítica e criativa de construir paraquedas coloridos, entendidos como uma metáfora para transcender o espaço de confinamento; uma cosmovisão que nos possibilita interpretar a leitura como um desses paraquedas coloridos. Nesse sentido, é coerente tomar a leitura de forma ampla e emancipatória, prática social que excede a palavra e viabiliza a interface com o mundo (FREIRE, 1988); como instrumento para esperançar futuros possíveis (FREIRE, 1992); como espaço de libertação e transgressão (hooks, 2013); como um rio que transborda e um quarto que se constrói na/pela palavra (WOOLF, 1929). Desse modo, este simpósio objetiva debater a articulação entre literatura e práticas sociais, contextos, outras artes e outras áreas do conhecimento. São bem-vindas comunicações que concebam a literatura/leitura não somente como exercício acadêmico, mas como intimamente ligada ao mundo, à vida em sociedade, ao eu e a prática de alteridade, o que implica a discussão de temáticas como a diversidade e grupos minorizados. Tais elaborações e desdobramentos podem contribuir para uma melhor compreensão da interseccionalidade de saberes, culturas, crenças e cosmovisões.
Simpósio 6
Texto, Discurso e Enunciação em Perspectiva nas Práticas Institucionais de Sentido
Janete Silva dos Santos – UFNT
João de Deus Leite – UFNT
Lúcia Maria de Assis – UFF
Neste simpósio temático, estamos interessados em trabalhos que busquem dimensionar a linguagem como prática social, não perdendo de vista os diferentes modos de constituição, de formulação e de circulação de sentidos na vida social do homem. Por assim dizermos, a linguagem acaba dando o testemunho dos modos de significação do homem na sociedade. Estamos interessados, sobretudo, na maneira como essa prática social é passível de ser teorizada e problematizada, de modo a mostrar, a partir de diferentes “corpora”, a complexidade do funcionamento da linguagem. Por meio dos construtos de “texto”, de “discurso” e de “enunciação”, em suas heterogeneidades teóricas e analíticas, concebemos que a convergência de trabalhos diferentes (e díspares) funcionará como observatório para o referido funcionamento complexo da linguagem. Na verdade, seja por aderência, seja por contraste entre esses construtos, a linguagem vai se deixando entrever na forma e no sentido das práticas de institucionalização de significação. Dessa forma, convidamos pesquisadores da área de estudos de texto, de discurso e de enunciação para se juntar a nós, com base no seguinte mote: a linguagem, em suas formas e sentidos complexos, possibilita dimensionar a vida social do homem em espaços logicamente estabilizados. Serão muito bem-vindas incursões teóricas e analíticas de “corpora” que abarquem o que estamos chamando de “práticas institucionais de sentido”. Se há institucionalização de sentidos, há aí o funcionamento da linguagem engendrando modos de significação, habilitando o (com)partilhamento de sentido(s). Se há institucionalização de sentidos, há modos de materialização (“texto”, “discurso” e “enunciação”) da unidade e da dispersão de sentido(s).
Simpósio 7
Linguística Aplicada na Perspectiva Pós-Humanista no Ensino e Aprendizagem de Línguas: Materna e Adicionais
Selma Maria Abdalla Dias Barbosa – UFNT
Patrícia Fabiano Bedran – Unesp\IBILCE
Elisa Borges de Alcântara Alencar – UFNT
Este Simpósio visa à apresentação e discussão de propostas e estudos relacionados ao ensino e aprendizagem de língua (materna e estrangeira) e à formação inicial e continuada de professores de línguas sob a luz da perspectiva pós-humanista. Ou seja, propomos a apresentação de pesquisas que justifiquem um paradigma pós-humanista que aborde novas formas de pensar sobre a humanidade e que apresentem novas possibilidades políticas e intelectuais. Uma linguística aplicada pós-humanista que sugere maneiras importantes de pensar sobre a linguagem, o indivíduo, contexto, cognição e comunicação que abre novos campos para a pesquisa e educação. Os trabalhos inscritos podem discutir diferentes temáticas, dentre elas:
• Questões de gênero, identidade e (co)construção do conhecimento para a docência;
• Discurso e relações de poder na formação de professores;
• Emoções, linguagem e identidade no ensino-aprendizagem de línguas;
• Crenças e questões identitárias no processo de ensinar e aprender;
• Ensino-aprendizagem de leitura e escrita em contextos midiáticos;
• Realidade estendida e situacionalizada na formação inicial e continuada de professores de línguas;
• Jogos midiáticos no ensino e aprendizagem de línguas;
• Questões emocionais e afetivas no ensino e aprendizagem de línguas na pandemia (Covid-19).
Simpósio 8
Paisagens Linguísticas, Literárias, Historiográficas: Tecituras de Cidades/Florestas/Rios/Amazônias
Gerson Rodrigues de Albuquerque – UFAC
Francisco Bento da Silva – UFAC
Percorrendo veredas abertas pelas proposições de Albuquerque Júnior (2009), e suas torções de Michel Foucault e Edward Said, a proposição deste Simpósio Temático é abrigar estudos, investigações, ensaios, verbetes ou outras proposições ao debate tematizado em torno de cidades-florestas-rios-Amazônias a partir de abordagens, minimamente, dispostas a romper com as idealizadas lógicas que toma o espaço e a linguagem como coisas transparentes. Mais que produzir certezas, o que se busca é nuclear um ambiente de dúvidas e questionamentos capazes de provocar a formulação de percepções outras sobre os inventados espaços amazônicos. A rigor o que se busca é, a partir de categorias analíticas vinculadas à tradição heraclitiana, retomar caminhos traçados em eventos anteriores e propor uma reflexão crítica sobre cidades, florestas e rios como espaços/tempos multifacetados nos quais são alinhavadas experiências de mulheres crianças e homens de distintas camadas sociais e componentes étnicos em mediações e confrontos socioculturais. No âmbito de redes de relacionamentos, estruturas de sentimentos e processos de apropriação/incorporação interculturais, as memórias, literaturas, histórias e outras artes são pensadas como suportes para acompanharmos relações de poder e de saber, vivências, experiências, resistências, reexistências e sobrevivências de diferentes pessoas e suas paisagens afetivas e existenciais. Nesse sentido, ganha relevância as linguagens e narrativas orais, escritas e imagéticas – potencializadoras de vozes, performances, imaginários, viveres, saberes e fazeres – que permitam incursões sobre lugares inventados a partir da enunciação de sujeitas e sujeitos instituintes; sujeitas e sujeitos, seculares, históricos.
Palavras-chave: Amazônias; Linguagens; Paisagens; Existências; Espaços
Simpósio 9
Bakhtin e o Círculo: Possibilidades para uma Perspectiva Discursivo-Enunciativa Teórica-Analítica-Metodológica
Juciane Cavalheiro – UEA/UFAC
Tamiris Machado Gonçalves – UFFS
Ana Cláudia de Souza Garcia – IFAC/UFAC
Bakhtin e o Círculo investigaram fenômenos linguísticos e literários a partir das mais variadas formas de interação humana, que se dão nas mais diversificadas situações sociodiscursivas, edificadas por sujeitos históricos com diferentes projetos de dizer, organizados em “[…] tipos relativamente estáveis de enunciados” (BAKHTIN [1952-53] 2016, p. 12, grifo do autor). Daí a necessidade de não isolar a ideologia da realidade do signo, nem o signo das formas concretas da comunicação social, tampouco isolar a comunicação e suas formas da base material, porque o signo só pode significar e construir sentidos quando na relação social, imerso em uma sociedade, analisado meio às formas de uso em que figura e na relação valorativa que os interlocutores assumem para tecer seus discursos (VOLÓCHINOV, [1929] 2017). Nesses termos, para entender a língua(gem) em uso, é necessário compreender a dupla orientação da realidade (MEDVIÉDEV, [1928] 2016, p. 195, grifo do autor), isto é, analisar qualquer materialidade discursiva considerando tanto elementos externos – as circunstâncias sociodiscursivas, aspectos temporais, espaciais e ideológicos –, quanto elementos internos – relacionados à forma (língua, traços, cores), compreendendo como se organizam os modos de dizer inerentes a certas práticas de interação. Nessa direção, Bakhtin ([1959-61] 2016) chama a atenção para os “dois polos do texto”, que se referem ao “sistema da linguagem” e à “irrepetibilidade do enunciado”, ressaltando que, a esse primeiro elemento “correspondem no texto tudo o que é repetido e reproduzido e tudo o que pode ser repetido e reproduzido, tudo o que pode ser dado fora de tal texto (o dado).” (BAKHTIN, [1959-61, 2016, p. 74). O segundo “é algo individual, único e singular, e nisso reside todo o seu sentido (a sua intenção em prol da qual foi criado).” (BAKHTIN, [1959-61, 2016, p. 74). Ancorado, portanto, nas ideias de Bakhtin e do Círculo, este simpósio recebe discussões que apresentem possibilidades de investigações e discussões discursivo-enunciativa, de viés analítico, teórico e/ou metodológico, no âmbito geral das Letras, seja focalizando a Linguística ou a Literatura.
Simpósio 10
Dialogismo e Interação no Ensino de Línguas
Ângela Francine Fuza – UFT
Márcia Cristina Greco Ohuschi – UFPA
À luz da Linguística Aplicada, este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, professores, estudantes e demais interessados ao desenvolvimento científico do campo da Linguagem, a partir das perspectivas teóricas do dialogismo e do interacionismo. Ambas as correntes são essenciais para a compreensão e a produção valorada de discursos, especialmente em situações de ensino e aprendizagem, e se sustentam nos escritos do Círculo de Bakhtin (VOLÓCHINOV, 2019 [1926]; VOLÓCHINOV, 2017[1929]; BAKHTIN, 1988 [1975]; BAKHTIN, 2003[1979]; MEDVIÉDEV, 2016 [1928]), que concebem a linguagem como social, histórica, cultural, valorativa, ideológica e voltada à interação. Sob esse viés, a linguagem é entendida como o produto da ação humana coletiva, no qual se produzem sentidos e valores que refletem e refratam o contexto sócio-histórico e ideológico em que se está inserido. Desse modo, o Simpósio “Dialogismo e interação no ensino de línguas” considera investigações provenientes de análises discursivas de enunciados e/ou prospecções/propostas de atividades de ensino para compreensão das práticas de linguagens de oralidade, leitura, escrita e análise linguística/semiótica, a fim de discutir a linguagem sob o viés do dialogismo e/ou do interacionismo. Espera-se que o Simpósio se revele como um espaço em que se estabeleçam diálogos valorados voltados ao ensino e à aprendizagem de línguas.
Simpósio 11
Literatura de Testemunho: Discussões Teóricas e Empíricas
Abilio Pachêco de Souza – UNIFESSPA
César Alessandro Sagrillo Figueiredo – UFNT
A proposta de grupo de trabalho almeja reunir comunicações que dialoguem a partir do feixe teórico da Literatura do Testemunho. No plano internacional já se discute a teoria do testemunho sob diferentes prismas, quer nas ramificações do Shoah judaico, quer no Testimonio Latino-americanos sob a influência do Juri Casa de Las Americas de Cuba, quer o testemunho a partir de textos ficcionais, quer o estudo do teor testemunhal. A partir dessa mirada, entendemos como de fundamental importância o estudo da Literatura do Testemunho no Brasil. Assim sendo, possuímos como objetivo principal refletir a respeito dessas articulações teóricas e empíricas da Literatura do Testemunho, abarcando desde as discussões acerca do Shoah, assim como as demais miríades do testemunho, visando privilegiar, sobremaneira, as produções literárias, artísticas, memorialísticas, jornalístico, biográficas, decolonial e arquivos (público ou privado). Também, possuímos como lume o estudo das obras que busquem um diálogo consistente entre a história, a memória e o trauma, tendo como pano de fundo o corpus das obras analisadas. Ainda, com vista a empreender essa conexão testemunhal, receberemos comunicações que abarquem a literatura do cárcere, igualmente, as imbricações da Literatura do Testemunho com Estados de exceção, ditaduras militares, genocídios e demais convergências epistemológicas que se entrelaçam na teoria testemunhal. Nesse sentido, as proposições almejadas para este GT objetivam contemplar as sintonias da Literatura do Testemunho, seus diferentes lócus e espaços, bem como distintos tempos históricos: presente e passado. Finalizando, torna-se salutar o registro da importância do gênero testemunhal através do recorte espacial brasileiro, procurando, dessa forma, a análise de obras regionais e o seu respectivo estudo.
Simpósio 12
Políticas Linguísticas na Perspectiva da Educação Escolar Indígena Bilíngue, diferenciada e intercultural.
Francisco Edviges Albuquerque – UFNT/UNIFESPA
Raimundo Nonato de Pádua Câncio – UFNT
Eliane Pereira Machado Soares – UNIFESSPA
Esta proposta traz reflexões sobre Educação Escolar Indígena bilíngue e intercultural, na inter-relação com uma área mais ampla, que é a Análise de Políticas Linguísticas. Deseja-se chamar atenção, de modo mais específico, para as políticas de vitalização das línguas, culturas e identidades dos povos indígenas, questões inter-relacionadas, diante dos deslocamentos produzidos por línguas e culturas politicamente dominantes, dando destaque, sobretudo, ao que se tem produzido na Educação Escolar Indígena bilíngue e intercultural no estado do Tocantins e no país. Para tanto, dialogamos com estudiosos que nos ajudam a pensar tais questões e têm muito a contribuir com esse debate (Rodrigues, Seki, Braggio, Maher, Almeida, Albuquerque dentre outros). A ideia é possibilitar não somente um espaço de comunicação, mas também um espaço reflexão que nos ajude repensar as necessidades educativas, linguísticas e sociais dos povos indígenas, em pleno diálogo com os conhecimentos ancestrais, que contribuam para a preservação da memória cultural, das línguas e afirmação das identidades étnicas, imprescindíveis à existência física e espiritual desses povos. Trata-se, pois, de uma temática urgente diante dos enfrentamentos e resistências direcionados tanto à escola quanto às populações indígenas em nosso país. Nesse contexto, há urgência de discussões voltadas para a organização de currículos das escolas indígenas e de formação de seus professores, de modo que possam usufruir de seus direitos e deveres como cidadão, assegurados pela Constituição Brasileira e demais marcos regulatórios. PLAVRAS-CHAVE: Políticas linguísticas; Educação Escolar Indígena; Interculturalidade; Saberes Ancestrais.
Simpósio 13
Aprendendo na Rede: Digitalidades na Amazônia
Queila Barbosa Lopes – UFAC
Rodrigo Nascimento de Queiroz – UNIR
Uma educação linguística atravessada pelo uso das tecnologias digitais tem sido uma realidade por vezes almejada pela sociedade para a maioria das escolas em todas as regiões do nosso país. Embora haja um descompasso entre o uso das tecnologias digitais em nosso cotidiano e nos espaços formais de aprendizagem (RIBEIRO, 2016), essas tecnologias têm, de diversos modos, sido utilizadas por professores e aprendizes, especialmente os que vivenciam experiências no ensino e aprendizagem de línguas para tornar a educação linguística uma oportunidade também de desenvolvimento de multiletramentos aliados com as competências crítico-reflexivas requeridas para vislumbrar uma transformação na sociedade contemporânea. Nosso simpósio objetiva mobilizar pesquisas cujas temáticas envolvam ensino e aprendizagem mediadas por tecnologias digitais nos espaços formais de ensino, aprendizagem e avaliação inseridas nos cenários da educação linguística da região Amazônica e seus entornos. Assim, esperamos pesquisas que se inscrevam no campo dos letramentos digitais e/ou críticos, multiletramentos, aprendizagem ubíqua, inteligência artificial, telecolaboração e cibercultura, discutindo questões como: i) a relação entre as tecnologias digitais e a formação de professores e/ou investiguem o desenvolvimento das capacidades de linguagem – produção e compreensão oral e escrita – mediadas por essas tecnologias; ii) o uso de gêneros digitais nos processos formativos; iii) projetos telecolaborativos e intercâmbio virtual; iv) produção de recursos didáticos interativos para ensino e aprendizagem de línguas e v) gamificação.
Simpósio 14
Literaturas Negras e/ou Afrodescente, Africanas e os Letramentos Raciais: Diálogos Possíveis, Relações Necessárias.
Edna Sousa Cruz – UEMASUL
Naiana Galvão – UFNT
Raffaella Fernandez – UEMASUL
O presente simpósio temático se configura espaço de socialização, reflexão e discussão de estudos concluídos ou em estágio avançado de construção sobre a literatura afrodescendente, ensino de literatura e o letramento racial ou afrocentrado, articulando possíveis diálogos com outros campos artísticos, tais como as artes visuais, artes cênicas e música. Neste sentido, o simpósio interessa-se em investigações sobre escritores negros, escritoras negras e afrodescendentes no contexto latino-americano e africanos cuja escritura tecida sob o olhar caracterizado pela negritude possibilite a discussão sobre as tensões raciais, as questões sociais, as relações de classe, as relações de gêneros, as lutas por direitos, ancestralidade, diáspora e identidade. Serão bem-vindas as pesquisas que abordem obras literárias africanas, afro-brasileiras e/ou afrodescendentes em seus entrelaçamentos com letramentos de matriz africana, que ao problematizarem o racismo e a discriminação, revelem as barreiras para o protagonismo e a representação do povo negro dentro e fora do Brasil.
Simpósio 15
Formação de Professores, Linguagem, Identidade e Ensino de Línguas
Daniella Corcioli Azevedo Rocha – UFT
Alessandra Cristina Rigonato – UFNT
Este simpósio tem por objetivo abrigar pesquisas, concluídas ou em desenvolvimento, que elejam como tema principal a formação docente, as relações entre linguagem e formação de professores de línguas, ensino e aprendizagem de línguas e também estudos com foco em questões identitárias, envolvendo questões étnico-raciais ou não. É de interesse também a discussão das práticas docentes e discentes em contexto pandêmico, incluindo as questões metodológicas, políticas e inclusivas relacionadas ao papel docente e discente. Em torno dessas temáticas, portanto, são pertinentes discussões sobre: formação inicial e em serviço, identidade docente, o papel da linguagem na formação de professores; o trabalho e a prática docente; aprendizagem e processos e reflexões docentes e discentes; profissionalização docente e prática discente na pandemia; o planejamento e a avaliação do fazer docente em situações de ensino presencial e não presencial; o lugar e o papel das tecnologias na formação e na prática docente; políticas brasileiras de formação docente; raça e racismo, identidade, exclusão, dentre outros. O simpósio também acolhe investigações sobre a prática docente em contextos escolares brasileiros com recentes fluxos migratórios, principalmente da migração haitiana e venezuelana no Brasil atualmente. Reflexões sobre como os currículos interculturais da BNCC se relacionam com esse cotidiano escolar de migração.
Simpósio 16
Cânone(s) Literário(s) da Amazônia: história, circulação e recepção
Roberto Mibielli – UFRR
Yurgel Pantoja Caldas – UNIFAP
As historiografias sobre o espaço amazônico são fartas em referências que inventam, se contradizem, consolidam e atualizam imagens e representações baseadas, grosso modo, num acervo discursivo que se ancora numa percepção idílica e aterrorizante de um espaço geográfico, aliada à redução de suas populações sintetizadas pelas figuras do indígena, do ribeirinho e do quilombola. Tais estratégias discursivas buscavam, dentre outros intentos, alcançar um grau de controle sobre os elementos espaciais e humanos, que estivessem alinhados às políticas vigentes no contexto colonial de exploração dos recursos naturais e humanos em função de um ordenamento de base capitalista que, por sua vez, deveria explorar a terra por meio do trabalho – condição que geraria lucros inimagináveis para os donos do capital (elites locais e grupos internacionais) às custas de condições precárias para diversos grupos de trabalhadores na Amazônia. O discurso literário – através de suas diversas temporalidades e condições históricas de produção, circulação e recepção de seu acervo textual – por vezes se alinhou às formas colonialistas de apreensão do mundo, mas também produziu obras que procuraram elaborar uma crítica à razão colonial e predatória das diversas experiências atestadas. Assim, o objetivo de nosso Simpósio Temático é contribuir para o debate acerca de processos de (des)canonização da literatura produzida em e sobre o espaço que atualmente denominamos como “Amazônia”, considerando suas complexidades e as possibilidades de abordagem sobre o objeto literário e crítico. Com tal perspectiva, serão acolhidas propostas de resumos que coloquem em questão a lógica da formação do cânone literário e a consequente construção de uma tradição discursiva na Amazônia a partir de (re)leituras de obras e autores/as que ofereçam instrumental para a ampliação do debate sobre o tema do referido simpósio.
Simpósio 17
Desafios no Ensino de Literatura: do Aluno ao Leitor
Elizabete Barros de Sousa Lima – UFNT
Márcio Araújo de Melo – UFNT
Campo necessário para o aprendizado, as relações entre ensino e literatura são fundamentais para a formação social do homem. O estudo da literatura passou a ser visto como método didático-pedagógico, pois relembrou-se sua origem na antiga Grécia e na Roma, quando era declamada e seus conteúdos levavam à reflexão do público. Por sua vez, reconhecendo a leitura como ato preliminar ao aprendizado, é válido relembrar que ainda existem muitos desafios em torno de como transmitir esse conhecimento ao estudante, especialmente pelas mudanças temporais, como, na contemporaneidade, o fácil acesso às mídias. Pensadores como Paulo Freire, Mariza Lajolo, Regina Zilberman, William Roberto Cereja, Letícia Malard dedicaram estudos a refletir sobre a prática do professor perante o texto, e como a metodologia empregada alcança o aluno. Portanto, a escola, sob a figura do professor, é a principal agente que trabalha com o desafio de transmitir a leitura ao aluno. Reconhecendo os desafios em torno da questão, este Simpósio espera contribuições que possam levar a didáticas que reflitam acerca da interação do professor com o aluno e sua posição frente ao texto literário; textos críticos que discorram sobre processos de aprendizagem; reflexões sobre práticas pedagógicas que contribuem para a temática levantada; posicionamento do professor frente às práticas de sala de aula; formas sincrônicas e diacrônicas do ensino de literatura; sistema educacional e ensino de literatura; ensino de literatura na pós-colonialidade; ensino de literatura em tempos de redes sociais.
Simpósio 18
Língua Brasileira de Sinais: Linguística Aplicada, Educação e Descrição Linguística
Bruno Gonçalves Carneiro – UFT
Felipe de Almeida Coura – UFT
Os surdos brasileiros vivenciam conquistas importantes na legislação que caminham rumo à legitimação da diferença surda e, consequentemente, da língua brasileira de sinais enquanto uma das línguas do país, que passa a circular de maneira cada vez mais robusta em espaços dos mais diversos e a permear produtos e serviços que envolvem o comportamento humano. Dentre os ganhos, mencionamos a inserção da Educação Bilíngue de Surdos em libras como primeira língua e em português como segunda língua enquanto modalidade de ensino na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nesse sentido, há uma demanda urgente para a implementação de um planejamento linguístico que envolve uma educação em libras enquanto língua de instrução, o ensino de libras como primeira língua, o ensino de português como segunda língua e, sobretudo, a consolidação de diretrizes educacionais alicerçada em epistemologias surdas. Este Simpósio Temático tem como objetivo divulgar e socializar as pesquisas relacionadas à educação de surdos e à linguística da libras que estão sendo realizadas na Região Norte do país. Os trabalhos a serem submetidos devem contemplar uma das seguintes áreas: estudos descritivos da língua brasileira de sinais, bem como de línguas de sinais minoritárias em diferentes níveis de análise linguística; ensino de línguas para surdos; políticas linguísticas e educação bilíngue; ensino de libras como segunda língua; estudos linguístico-antropológicos envolvendo os surdos; e tradução e interpretação envolvendo línguas de sinais.
Simpósio 19
Os Indígenas na Universidade: Cultura e Língua
Neila Nunes de Souza – UFT
Mauricio Alves da Silva – UFT
O presente simpósio se propõe a discutir os indígenas inseridos na Universidade, cultura e línguas. A Universidade com o papel da inclusão está diante de muitos desafios e especialmente ao que tange aos ingressantes indígenas que pleiteiam fazer parte da Universidade. Os indígenas que se propõem a estudar e ingressar em um curso superior, enfrentam inúmeros desafios que vão desde a língua bem como a cultura. Receber os indígenas na universidade e considerar as barreiras enfrentadas não só pelas acadêmicas e acadêmicos, mas também dos/a docentes. Considerar as vivências, suas aspirações e desejos do que se observa na aldeia no movimento do que vivenciaram até então, com os ensinamentos de uma cultura oral e após o advento da escola. Nos perguntamos se a universidade está preparada para atender a essas demandas? O que a universidade representa para esses povos? Além disso, como a universidade se apresenta aos estudantes universitários que têm como preocupação a preservação de sua cultura. Para isso a proposição do que significa a universidade no contexto da cultura indígena?
Palavras-Chave: Indígenas; Universidade; Cultura; Línguas.
Simpósio 20
Comunicações Livres em Linguística
On-line
Somente para alunos de graduação e pós-graduação
Denise Silva Paes Landim – UFSJ
Ana Cláudia Turcato de Oliveira – UFT
O presente simpósio acolherá comunicações livres nas áreas de Linguística de autoria de alunos de graduação e pós-graduação de forma remota. Serão aceitas pesquisas concluídas ou em andamento de pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, grupos e núcleos de pesquisas, pesquisas de pós-graduandos, bem como outras pesquisas desenvolvidas por alunos de graduação e pós-graduação. Este simpósio será realizado no Google Meet durante o evento.
Simpósio 21
Comunicações Livres em Literatura
On-line
Somente para alunos de graduação e pós-graduação
José Rosa dos Santos – IFPA
Carlos Roberto Ludwig – UFT
O presente simpósio acolherá comunicações livres nas áreas de Literatura de autoria de alunos de graduação e pós-graduação de forma remota. Serão aceitas pesquisas concluídas ou em andamento de pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, grupos e núcleos de pesquisas, pesquisas de pós-graduandos, bem como outras pesquisas desenvolvidas por alunos de graduação e pós-graduação. Este simpósio será realizado no Google Meet durante o evento.
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INSCRIÇÕES PARA OS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS DO IV GELLNORTE
IV ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS DA REGIÃO NORTE – GELLNORTE
Desafios da Educação e da Pesquisa no Contexto da Amazônia Brasileira
As submissões de propostas para os Simpósios Temáticos estão abertas de 01 de dezembro de 2022 a 31 de janeiro de 2023. Deverão ser submetidas no link:
SUBMETA SUA PROPOSTA DE SIMPÓSIO AQUI
PROPOSTAS DE SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
1. Somente poderão submeter propostas de Simpósio Temático professores/pesquisadores com título doutor e inserção em grupo de pesquisa;
2. A proposta de Simpósio Temático deverá enquadrar-se em umas das áreas temáticas do GELLNORTE (Ver seção “E” – ÁREAS TEMÁTICAS) e ser enviada dentro do prazo estabelecido (ver seção “C” – CRONOGRAMA) por meio de formulário
SUBMETA SUA PROPOSTA DE SIMPÓSIO AQUI
O formulário só estará aberto no período previsto no Cronograma do Evento (item C).
3. Após aprovação do Simpósio, ambos os coordenadores informados na proposta do Simpósio Temático precisarão fazer inscrição no evento;
4. A proposta de Simpósio Temático deverá, obrigatoriamente, informar 02 (dois) coordenadores com título de doutor;
5. A Comissão Científica do evento julgará as propostas e divulgará o resultado até 28 de fevereiro de 2023;
6. Será dos coordenadores do Simpósio Temáticos a responsabilidade pela avaliação dos resumos de trabalho recebidos;
7. O custeio das despesas para participação no evento será de inteira responsabilidade dos próprios coordenadores do Simpósio Temático proposto.
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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS DO III GELLNORTE
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VEJA AQUI A LISTA DE SIMPÓSIOS ACEITOS E SEUS COORDENADORES, PARA INSCRIÇÃO.
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Para se inscrever clique AQUI.
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Gellnorte 2019

Submissão na modalidade: Comunicação oral. Período da submissão: 12/11/2018 a 15/01/2019
SIMPÓSIO 01 – CILADAS E SAÍDAS DO TEXTO LITERÁRIO NO NORTE OITOCENTISTA
Coordenadores: Valdiney Valente Lobato de Castro (UFPA) & Maria Lucilena Gonzaga Costa (UFPA)
Uma breve análise em quaisquer das histórias literárias disponíveis no mercado editorial já revela o quanto a Literatura da Região Norte detém um espaço diminuto, o que pode projetar a ideia de pouca manifestação literária produzida. No entanto, na segunda década do século XIX, Belém já alavancada pela força da extração da borracha, lança seu primeiro jornal e a partir daí surgem as publicações literárias nas colunas folhetins, tanto de autores da própria região quanto de autores portugueses que mantinham assídua colaboração nos jornais paraenses. Se o Rio de Janeiro torna-se a Cidade da Corte, Belém também se populariza, recebendo, principalmente após a Revolta da Cabanagem e com a economia da borracha, uma grande leva de imigrantes e, consequentemente ampliando também sua estrutura. De igual modo, no final do século XIX, Manaus desenvolve-se, crescendo em quantidade de habitantes com a chegada de imigrantes de vários destinos. Obviamente que a maior parte das relações estabelecidas entre os editores, escritores e leitores é desconhecida, mas certamente assinalada por ciladas para o leitor como a interrupção das histórias periódicas ou o preço hostil do suporte; para o escritor, muitas vezes preso em contratos desfavoráveis ou pela inexistência de leis autorais que lhes assegurassem seus direitos; ou ainda para o editor, que precisava de bons colaboradores para manter o interesse pelo periódico. Apesar dessas peculiaridades, nas cidades do norte, distantes do pólo econômico e letrado do país, a leitura fazia sucesso, garantindo vasta produção literária. A proposta desse simpósio é congregar estudos acerca das publicações oitocentistas na região norte, voltados à produção, editoração, trajetória, circulação e/ou recepção dos textos literários escritos nas colunas folhetins ou em outros suportes, a fim de compreender/recuperar as histórias das edições e publicações dessas obras, bem como desenhar um perfil dos escritores, editores e leitores do/no norte oitocentista.
e-mail do Simpósio 01: gellnorte2019simposio01@gmail.com
SIMPÓSIO 02 – DA CRIAÇÃO À OBRA DE ARTE: INVESTIGAÇÕES EM FONTES E DOCUMENTOS DE PROCESSO EMARTES E LITERATURA
Coordenadores: Luciane Viana Barros Páscoa (UEA) e Márcio Leonel Farias Reis Páscoa (UEA)
De acordo com Biasi (2002), o modelo de análise genética que decorre dos estudos dos manuscritos literários modernos pode estender-se a outras manifestações da criação artística. A musicologia, por exemplo, beneficia-se de uma antiga tradição de pesquisa de manuscritos e, assim como para a filologia literária, a exigência de se editar o patrimônio histórico de modo historicamente informado logo se traduziu na necessidade de recorrer aos documentos autógrafos e elaborar um método de interpretação. As pesquisas em musicologia genética não se limitam ao registro escrito, pois, a partir 1967, o Centre d’Iconographie Musicale de Paris dedicou-se ao estudo das representações da música através das imagens, relacionando a organologia, a produção sonora, os aspectos técnicos, sociais e simbólicos. O campo do cinema e do audiovisual combinam nos documentos de processo os constituintes textuais, literários ou didascálias, os elementos cênicos e dramatúrgicos, assim como os elementos visuais, sonoros e musicais. No âmbito das artes plásticas, percebe-se uma antiga tradição de estudos genéticos, pois o interesse pelos croquis, esboços, arrependimentos e desenhos preparatórios dos artistas é tão grande quanto o interesse por suas obras acabadas. Na dança, a recuperação de partituras coreográficas inspiraram a reconstrução de montagens emblemáticas. Este simpósio tem por objetivo discutir e abrigar os trabalhos de pesquisa que abordem os processos de criação artística e literária com as interfaces possíveis no âmbito das artes visuais, artes cênicas, iconografia musical, ópera e literatura, transcrição e análise musical sob o viés criativo, além das relações interdisciplinares entre as artes e a literatura, imagens e poesia, por meio do estudo das fontes primárias e documentos de processo. Partindo do princípio deque as obras artísticas e literárias podem ser analisadas de maneira sincrônica e diacrônica (CALABRESE, 1998), serão bem-vindas as seguintes abordagens: hermenêutica, intertextual, iconográfica e iconológica, em consonância ou em confronto com a crítica genética.
e-mail do Simpósio 02: gellnorte2019simposio02@gmail.com
SIMPÓSIO 03 – TRADUÇÃO CULTURAL, MEMÓRIAS E REPRESENTAÇÕES: NARRATIVAS ORAIS E ESCRITAS SOBRE A AMAZÔNIA
Coordenadores: Helio Rodrigues da Rocha (UNIR) e Francisco Bento da Silva (UFAC)
Muitas áreas do conhecimento, em especial as Ciências Sociais e os Estudos da Linguagem, têm se voltado para a gravidade do ‘projeto de representação’ das alteridades’, e assim, cada vez mais, aumenta o número de pesquisadores interessados nos estudos de tradução, de(s) cultura(s), dos mitos, das línguas indígenas, dos processos de construção de narrativas de diversos gêneros literários e de suas implicações históricas, políticas, éticas, morais; dentre outras. É sobre essas ‘representações’, em sua maioria textualizadas por escritores outsiders, que este Simpósio Temático se debruçará, pois pretende reunir estudiosos para se discutir alguns problemas de cunho teórico, moral, ético, político, econômico, etc., construídos em tais representações discursivas sobre a pan-amazônia. As Amazônias, desde sempre, vêm sendo ‘inventadas’ e ‘reinventadas’ sob inúmeras falácias, estereótipos, miopias, hipérboles, ufanismos, ‘ficções homogeneizantes’, ‘tipificações bestificantes’ sobre as sociedades amazônicas dos observados; discutir o modo e o porquê dessa ou daquela representação sobre o ‘homem amazônico’ faz-se, portanto, necessário. Diante de tais espelhamentos discursivos, neste Simpósio serão bem-vindas todas as discussões que tratem de questões voltadas para a ‘cultura do Outro’, do homem amazônico, em seus inúmeros desdobramentos e interesses de estudos voltados para a descolonização de tais políticas de representações.
e-mail do Simpósio 03: gellnorte2019simposio03@gmail.com
SIMPÓSIO 04 – LEITORES EM TRÂNSITO, MARGENS EM CONEXÃO: LUGARES E CENAS DO ENSINO DE LITERATURA NO CONTEMPORÂNEO
Coordenadores: Gisela Maria de Lima Braga Penha (UFAC) e Amilton José Freire de Queiroz (UFAC)
Este simpósio tem por objetivo abrigar pesquisadores que compreendam o texto literário como lugar de múltiplos gestos intersemióticos, bem como elejam a prática de ensino da literatura enquanto multiterritorialidade intertextual, intercultural, interdisciplinar e transdisciplinar, fomentando o diálogo entre Teoria da Literatura, Literatura Comparada, História da Leitura, Estudos Pós-Coloniais no circuito das Literaturas de Língua Portuguesa. Destarte, serão aceitas propostas de comunicação que rondem a atmosfera da hipótese de que o lugar e a cena do ensino da literatura no contemporâneo franqueia a cartografia de um espaço singular onde o plural pontifica a mobilidade e a opacidade da “literatura-devir” na geografia da mediação entre escritor, texto e leitor. Com essas bússolas tradutórias do contexto da “política de pesquisa para as margens”, o simpósio busca, portanto, realçar o “prazer do texto”, os “outros espaços”, o “direito à literatura”, a “polifonia”, o “dialogismo”, os “multiletramentos”, a “literatura: para quê?”, a “teoria como ficção”, a “linguagem e à sociedade” dos fluxos contemporâneos. Através dessas coordenadas, espera-se, finalmente, que este simpósio seja uma ponte entre leitores em trânsito e margens em conexão ao redor do “grão da voz” cuja lição grafa a atmosfera de que “ler é verdadeiramente escrever”, como diria Roland Barthes (1982).
e-mail do Simpósio 04: gellnorte2019simposio04@gmail.com
SIMPÓSIO 05 – LITERATURA IBÉRICA E IBERO-AMERICANA: DIALÉTICAS, INTERFACES E FRONTEIRAS
Coordenadores: Juciane Cavalheiro (UEA) e Mauricio Matos (UEA)
Pretende-se com este simpósio estabelecer um amplo debate acadêmico tendo por objeto as relações que se possam estabelecer entre as literaturas escritas em línguas ibéricas, notadamente as línguas portuguesa e espanhola, bem como aquelas que com estas travam diálogo, tanto na Europa como nas Américas, desde os séculos de Camões e Cervantes até a atualidade. O presente momento é marcado sobretudo por uma intensificação das dialéticas literárias, sobretudo no que concerne às literaturas ibéricas e ibero-americanas, cujos pontos de contato são perceptíveis em ambos os lados do Atlântico, trazendo à evidência diversas potencialidades oriundas dos contatos estabelecidos tanto em sentido sincrônico quanto diacrônico, mais particularmente no que diz respeito aos espaços geográficos e simbólicos, delimitados por suas fronteiras, mas também por suas interfaces e por seus diálogos. Considerando como centrais os papéis assumidos e representados pela literatura e demais artes, como agentes dos processos formadores e mantenedores de identidades culturais, este simpósio pretende abrigar desde a leitura crítica até a reflexão ensaística sobre as mais diversas literaturas e manifestações artísticas, que estejam em consonância com sua proposta.
e-mail do Simpósio 05: gellnorte2019simposio05@gmail.com
SIMPÓSIO 06 – ESTUDOS EM LITERATURA COMPARADA: DIÁLOGOS E INTERMITÊNCIAS AQUI E NO ALÉM-MAR
Coordenadores: Renata Beatriz Brandespin Rolon (UEA) e Isaac Newton Almeida Ramos (UNEMAT)
O Simpósio Temático Estudos em Literatura Comparada acolherá pesquisas que visam os estudos comparativos críticos, envolvendo obras literárias produzidas nos PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa) com outras literaturas escritas em língua portuguesa. Essas literaturas abordam a linguagem tecida pelos fios da imaginação de autores que, no plano ficcional, muitas vezes discutem e reescrevem a história dos seus países. Há nessas literaturas uma (re)configuração dos espaços. Nesses, evidenciam-se os encontros e as diferenças que marcam a identidade dos povos que estão aqui e no além-mar. Percebe-se, então, que o discurso literário, em todas as circunstâncias, serve como aliado na luta que trava dentro e fora da linguagem. O engajamento visível na literatura dos sujeitos desses processos históricos, na luta pela libertação colonial ou pelos direitos do homem, se consolida em caminhos que se abrem para um futuro que projeta novos homens e novas nações. O ST objetiva ainda promover, através do diálogo comparativo, as conexões artísticas que possibilitem o acesso ao mundo que se abre àpolítica, à sociologia, à história, à linguística, à antropologia etc. Acreditamos na força do comparativismo literário para a ampliação do cânone. Em face disso, é importante realinharmos textos que captem a realidade particular, transmitam a percepção deste particular a outras esferas e mantenham a excelência na sua realização formal.
e-mail do Simpósio 06: gellnorte2019simposio06@gmail.com
SIMPÓSIO 07 – LITERATURA SOBRE A AMAZÔNIA: CONTRAPONTOS ONTEM E HOJE
Coordenadores: Maria de Fatima do Nascimento (UFPA) e Hugo Lenes Menezes (IFPI)
A mundialização, surgida ainda nos Oitocentos e atribuída ao cosmopolitismo da época, se converte durante os séculos XX e XXI no processo transnacional da globalização, que, pelo imperialismo, aprofunda a um só tempo a integração e a diferenciação cultural, realçando aspectos étnico-linguístico-religiosos e político-regionais. Esses últimos, estendendo-se ao Positivismo, que embasa o Realismo-Naturalismo, chega ao Modernismo e à Contemporaneidade, após se estabelecer a partir do Romantismo. Aqui, cabe-nos observar, com Antonio Candido, que Franklin Távora acerta quando sente a importância de um levantamento regional e o benefício da ficção pelo contato de uma realidade concretamente demarcada, que serve de limite e em certos casos, no Romantismo, de corretivo à fantasia. Valorizam-se então regiões brasileiras, como o Sertão Nordestino, os Pampas Sulistas e a Amazônia Nortista, sobre a qual ainda temos bastante que aprender. Muitos reconhecem tratar-se de uma região interiorana de diversidade natural e humana, a exemplo das comunidades de indígenas, seringueiros e garimpeiros, mas desconhecem que tal espaço abarca perímetros urbanos de sete estados, com suas especificidades e, portanto, distintos entre si. A própria Amazônia, como um todo, já é internacional. Assim sendo, no simpósio ora proposto e em nível de literatura comparada, objetivamos abrigar trabalhos voltados a representações do ser amazônico, mediante relações de confronto entre as produções estético-verbais acerca da região enfocada, inclusive frente às estruturas globais.
e-mail do Simpósio 07: gellnorte2019simposio07@gmail.com
SIMPÓSIO 08 – LITERATURA DE CAMPO E CRÍTICA POLIFÔNICA: GEOPOESIA, ETNOFLÂNERIE E DIALOGISMOS NOS BRASIS LIMINARES
Coordenadores: Augusto Rodrigues da Silva Junior (UnB) e Ana Clara Magalhães de Medeiros (UFAL)
Ao tratar do literário, evocamos fazeres artísticos que partem de espaços plurais em dinâmicas inacabadas da cultura popular. Assim, este Simpósio constitui-se como lócus de problematização de cânones, perante hegemonia intelectual do “litoral e Sudeste” brasileiros. Nossa perspectiva estrutura-se como arena para a difusão de narrativas sistematicamente silenciadas: manifestações do interior, de comunidades quilombolas, de resistências indígenas, de ambientes rurais ou de pequenas cidadesinvisíveis e autores que vão evocando novas construções epistemológicas e ferramentas de análises que facultem abordagens autônomas. A Literatura de campo, que abarca discussões acerca da geopoesia, do centro-periférico, da etnoflânerie, do enfronteiramento busca um pensamento do desassossego que se dissemina na transdisciplinaridade e que entende que as literaturas e culturas brasileiras continuam em formação. No palco do interior, convidamos à cena artistas, intelectuais e pesquisadores que contribuam para a consolidação de um conjunto de ideias responsivas às alteridades múltiplas. Visadas despontadas dos povos cerradeiros, centroestinos, nortistas, sertanejos e outras variáveis de brasis liminares. Raízes e rizomas de um país de culturas espraiadas por veredas, vales, vãos, bacias, planaltos, altiplanos, rios, quilombos, aldeias (e espaços de rexistência). Nesta arena polifônica, arranjam-se vozes de poetas, viajantes, prosadores, etnógrafos, cantores, performers e artistas populares cujas obras perpetuam-se nas entoações, festas, estações e ações da história. Além de escopo responsivo, composto por Benjamin, Bakhtin, Turner e Schechner, evoca-se uma nova composição de retratistasbrasiliários: Augusto Silva Junior, Ana Medeiros, Erivelto Carvalho, Itamar Paulino em diálogo com WillieBolle, Paulo Bezerra, Zaira Turchi. Convidamos para este Simpósio trabalhos sobre literaturas de campo, em gêneros múltiplos (lírica, prosaística, cancioneiro, drama, cinema, relatos, performances etc.), que revelem a pulsão das culturas do interior brasileiro (centro-oeste-norte), a partir de mirada pludiscursiva que apresente corpos, vozes e espaços ligados à arte e ao pensamento crítico dos vãos, cursos e almas do país.
e-mail do Simpósio 08: gellnorte2019simposio08@gmail.com
SIMPÓSIO 09 – VIOLÊNCIA, PODER E GÊNERO EM LITERATURA
Coordenadores: Nicia Petreceli Zucolo (UFAM) e Allison Leão (UEA)
Este simpósio pretende discutir as diversas representações de violência e poder e suas relações com gênero em literatura em diversos contextos, articulados nos eixos história e memória. Entende-se que a temática proposta é fundamental para o desvelamento acerca da manutenção e perpetuação da opressão, envolvendo a tríade que dá título ao simpósio; a discussão também diz respeito às revisões teóricas que vêm ganhando espaço desde a segunda metade do século XX, desnaturalizando, sobretudo, lugares de poder e saber cristalizados que envolvem, principalmente, as questões de gênero. Michel Foucault, em seu Microfísica do poder, entende que o poder funciona em rede, mantendo o indivíduo em estado de “docilidade’, através de discursos e práticas que o transformam, também, em mantenedor de um status quo opressivo e excludente. Ao entender o poder como diferentes relações de opressão e dominação, é notável a extensão de sua rede e, por não ser possível restringi-lo a um ponto, percebe-se a sua manifestação nas mais diversas formas de coação e violência. A perpetuação de determinados sistemas de dominação, subalternizando o que eles entendem como grupos marginais/minorias, só é possível porque há indivíduos que se adaptaram a essas práticas e as endossam, sentindo-se, então, partes do esquema de dominação e poder. Dessa forma, encontrar grupos oprimidos defendendo o opressor não deveria causar espanto, uma vez que o poder é insidioso, estimulando a violência simbólica, por onde passam a opressão de gênero e o racismo, por exemplo. Este simpósio, como mais uma oportunidade de discussão, coordenado pelo grupo Relações de Gênero, Poder e Violência em Literatura (UFAM), em conjunto com o grupo Investigações sobre Memória Cultural em Artes e Literatura (PPGLA-UEA), contemplará trabalhos que articulem uma discussão a partir da literatura a respeito das conexões entre relações de poder e gênero, por meio da violência, tratando sobre trauma, luto, testemunho e memória, a regulação dos corpos e controle da sexualidade.
e-mail do Simpósio 09: gellnorte2019simposio09@gmail.com
SIMPÓSIO 10 – ANÁLISE DO DISCURSO E DA ENUNCIAÇÃO: DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE DOIS CAMPOS DE ESTUDOS
Coordenadores: Claudiana Nair Pothin Narzetti Costa (UEA) e Fernanda Dias de los Rios Mendonça (UFAM)
Este simpósio tem por objetivo congregar pesquisas sobre o discurso e a enunciação a partir do referencial teórico da Análise do discurso francesa de orientação materialista ou do Círculo de Bakhtin ou, ainda, de ambos. Trata-se de dois campos de estudos que construíram uma perspectiva e uma abordagem do discurso e da enunciação tal como objetos de natureza concreta, social e histórica, cujas leis de funcionamento não são apenas linguísticas, e que não podem ser atribuídos a um sujeito individual e sua pretendida liberdade de falante. Apesar de os estudos bakhtinianos inserirem-se muito mais no âmbito da filosofia da linguagem, como posicionou-se o próprio Bakhtin (2010 [1979]), é inegável o fato de que muitos postulados da Análise do discurso francesa parecem dialogar com categorias teóricas do Círculo, como é o caso de conceitos como discurso, comunicação e enunciação, voltados mais especificamente às reflexões sobre a concretização da linguagem, ou como os conceitos de relações dialógicas (Círculo de Bakhtin) e interdiscurso (AD) que se voltam mais ao aspecto social e histórico da mesma, diferenciando-se de outras vertentes epistemológicas. Nesse sentido, este simpósio é proposto como espaço de discussão e reflexão sobre esses campos de estudo, com o objetivo de viabilizar a abertura de diálogos entre seus arcabouços teóricos, a partir de possíveis pontos de interseção. Deste modo, espera-se receber propostas de comunicações de pesquisas, em andamento ou concluídas, que tenham por objetivo análises de discursos concretos que privilegiem uma abordagem articulada entre aspectos linguísticos, sociais e históricos do corpus.
e-mail do Simpósio 10: gellnorte2019simposio10@gmail.com
SIMPÓSIO 11 – FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES: A INTERFACE ENTRE PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE E A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Coordenadores: Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (UFPA) e Francisca Maria Carvalho (IEMCI/UFPA)
A Formação de professores para os Anos Iniciais suscita discussões no âmbito das diferentes áreas do conhecimento, dentre elas destacamos linguagem, matemática e ciências. Neste direcionamento, adotamos o aspecto enunciativo-discursiva da linguagem, uma vez que exerce papel basilar nos diálogos consensuais ou de refutações necessários à formação inicial e continuada para futuros alfabetizadores e docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos. Neste ensaio, dedicaremos, especificamente, na relação entre análise crítica do discurso de Norman Fairclough (1992, 1995) e a decolonialidade (WALSH, 2014), posto que há necessidade de avançarmos no processo de visibilidade, inclusão e maior autoria dos sujeitos e valorização dos seus contextos de vida e de atuação profissional, tendo em vista que podem ser tratados temas que, ao longo do processo de colonização foram silenciados. Em função disso, as culturas das comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, surdas e muitas que com elas dialogam pouco têm circulação nas práticas pedagógicas. Nesta perspectiva, este Simpósio possibilita a discussão da relação entre os gêneros discursivos (escritos e orais) e o texto literário, particularmente, a contação de história, para a alfabetização e letramento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e para a Educação de Jovens e Adultos.
e-mail do Simpósio 11: gellnorte2019simposio11@gmail.com
SIMPÓSIO 12 -LÍNGUAS INDÍGENAS: DOCUMENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E ENSINO
Coordenadores: Elder José Lanes (UFRR) e Glauber Romling da Silva (UNIFAP)
Relacionado a área temática do evento: 13- Línguas, poéticas e culturas indígenas, o simpósio temático tem por objetivo ser um espaço de apresentação de trabalhos acadêmicos voltados para, de uma forma articulada, as relações entre os trabalhos de descrição e análise de línguas indígenas brasileira e atividades/ações de educação. Nesse sentido registre-se, nas últimas décadas, o crescimento do número de professores indígenas com formação superior e, mais recentemente, em nível de pós-graduação. Ao mesmo tempo, com o fortalecimento da pós-graduação na área de letras, especialmente na Amazônia, o campo da descrição e análise das línguas indígenas nunca esteve tão em evidência.
e-mail do Simpósio 12: gellnorte2019simposio12@gmail.com
SIMPÓSIO 13 – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E EDUCAÇÃO DE SURDOS SOB A PERSPECTIVA DECOLONIAL
Coordenadores: Carlos Roberto Ludwig (UFTO) e Neila Nunes de Souza (UFTO)
O presente Simpósio Temático visa discutir e problematizar questões sobre a libras e a educação de surdos em uma perspectiva decolonial. O Brasil hoje possui uma demanda legal extensa que prevê a implementação de políticas linguísticas, educacionais e de acessibilidade envolvendo a comunidade surda. Por isso, é urgente a emergência de reflexões sobre organização da escola, currículo, língua de sinais, bilinguismo, identidades e cultura, na perspectiva da diferença surda. Neste Simpósio serão aceitas pesquisas que envolvem formação de professores e intérpretes de libras para a educação bilíngue; políticas linguísticas e educacionais na educação de surdos; estudos descritivos da libras e outras línguas de sinais; identidades e cultura surda. Ressaltamos a importância da descrição e análise linguística da libras como forma de registro e valorização das identidades e cultura surda local. Essa problemática dialoga diretamente com o estatuto de risco das línguas de sinais apontados por Quadros (2010; 2017). As línguas de sinais nativas e variações linguísticas da libras correm risco de extinção e apagamento, na medida em que a comunidade surda entra em contato com variantes dos grandes centros urbanos, o que consequentemente faz com que a variante local perca espaço e prestígio em detrimento de uma variante mais prestigiada. Por conseguinte, questões como cultura e identidades, que perpassam pela língua, podem também ser desvalorizadas em detrimento de uma constituição cultural e identitária mais hegemônica advinda dos grandes centros urbanos. Nesse sentido, esse simpósio pretende contribuir com discussões sobre a libras e a educação de surdos para uma inclusão social e educacional da comunidade surda.
e-mail do Simpósio 13: gellnorte2019simposio13@gmail.com
SIMPÓSIO 14 – LÍNGUAS E NARRATIVAS INDÍGENAS
Coordenadores: Áustria Rodrigues Brito (UNIFESSPA) e Thiago Silva e Silva (IFMA)
A partir de dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO (2009) a extinção das línguas indígenas é um fato cada vez mais presente no mundo atual. Segundo cálculos feitos pelos especialistas, grande parte dos idiomas atualmente em uso deixará desaparecerá dentro de uma a quatro gerações. Diante disso, é imperioso salvaguardar o maior conhecimento possível dessas línguas, para que a posteridade não perca por completo a riqueza desse aspecto da diversidade humana e da sua herança cultural. Objetivamos neste Simpósio discutir sobre as ações de vitalização linguística aplicada em algumas comunidades indígenas que se encontram com as línguas em estágio de obsolescência e também apresentar reflexões sobre comunidades indígenas que mantiveram sua língua materna e/ou se tornaram bilíngues. Pretendemos ainda propor análises e interpretações sobre as narrativas orais de algumas comunidades indígenas, investigando as relações entre essas narrativas, a cultura e a identidade de cada comunidade. Partimos de uma perspectiva de que a literatura vai além do texto escrito, alcançando as inúmeras manifestações culturais como o canto e as narrativas tradicionais. Para fomentar essas discussões nos pautamos em Rodrigues (2000, 2005), Maher (2010), Monserrat (2006), Seky (1984), Fishman (1991), Dorian (1989), Crystal (2000) Thomason (2001), Thomason e Kaufman (1988), Hinton (2001), Munduruku (2014), Bonnici (1998), Candido (1995). Nessa esteira, esse Simpósio Temático discutirá aspectos da valorização da oralidade e culturas indígenas, direitos linguísticos, ensino de língua, tanto no que tange à língua portuguesa quanto às línguas indígenas, com o objetivo de contribuir para o fortalecimento de ações sociais de apoio aos grupos ameaçados em seus direitos linguísticos, partindo do pressuposto fundamental de que os diferentes falares e a diversidade linguística são inerentes às sociedades humanas em todo o mundo.
e-mail do Simpósio 14: gellnorte2019simposio14@gmail.com
SIMPÓSIO 15 – MODOS DE APROPRIAÇÃO DO TEXTO LITERÁRIO
Coordenadores: Márcio Araújo de Melo (UFTO) e Luiza Helena Oliveira da Silva (UFTO)
O Simpósio pretende reunir trabalhos resultantes de diferentes abordagens teóricas que tomem o texto literário como objeto, considerando distintos contextos de produção e recepção, no entrecruzamento de modos contemporâneos de sua apropriação e tradução. Isso pode ser exemplificado com a ampla tradução dos clássicos da literatura brasileira para os quadrinhos, a transformação de livros em vídeos, as versões cinematográficas para clássicos ou best-sellers que podem mesmo antecipar a experiência da leitura do texto impresso, a literatura na canção popular, os memes nas redes sociais, ou ainda os usos do texto literário no contexto escolar, o que implica, sob uma perspectiva hoje de caráter aparentemente hegemônico na mobilização de abordagens centradas nos estudos dos gêneros ancorados inicialmente em Bakhtin e que podem reduzir a leitura a uma instância necessária para a apreensão de estruturas genéricas ou a depreensão de contextos imediatos de produção. No último caso, tratar-se-ia das implicações mais pragmáticas advindas de um modo de compreensão do letramento literário ou de uma contaminação dos estudos linguísticos que ganham o espaço no vácuo dos estudos mais diretamente implicados com o lugar da literatura na escola. As questões que orientam nossas reflexões são: i. que perspectivas teóricas concorrem para esses diferentes modos de apropriação e apreensão do literário? ii. quais são as implicações para a leitura advindas desses modos de apropriação?
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SIMPÓSIO 16 – ESTUDOS MORFOSSINTÁTICOS DE LÍNGUAS INDÍGENAS
Coordenadores: Zoraide dos Anjos Gonçalves da Silva Vieira (UFRR) e Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira (UFPA)
A tarefa de descrever as línguas indígenas, de modo particular aquelas faladas na região amazônica, é extremamente importante por muitas razões. No que se refere à demografia, muitas delas são faladas por grupos isolados geograficamente nessa região. Dessa maneira, vários processos linguísticos correm risco de desaparecer, assim como as línguas, sem nenhum tipo de documentação linguística (cf. Rodrigues: 2000). A diversidade de famílias linguísticas e línguas isoladas encontradas nessa área, também, é forte justificativa para o desenvolvimento de pesquisas. De acordo com Grinevald (1998: 127), a região amazônica era como uma “caixa-preta linguística”. Duas décadas depois, não se tem, ainda, um trabalho descritivo sobre cada língua indígena da Amazônia. Dessa maneira, a importância de trabalhos descritivos sobre o tema é notada por Dixon&Aikhenvald (1999) que ressaltaram: “um dos editores dedicou diversas décadas a procurar por universais linguísticos. Caso após o caso, assim que achou que tinha conseguido alguma indicação tipológica significativa, um contraexemplo aparecia em sua frente e era invariavelmente de uma língua da Amazônia”. Sendo assim é possível dizer que a ampliação dos estudos linguísticos nessa região contribuirá de forma significativa para a compreensão da linguagem humana. Por essas razões, o presente simpósio tem como objetivo reunir os mais diversos trabalhos na área de morfossintaxe com dados de línguas indígenas.
e-mail do Simpósio 16: gellnorte2019simposio16@gmail.com
SIMPÓSIO 17 – ESTUDOS DA TRADUÇÃO: LITERÁRIA E ESPECIALIDADES, DA TEORIA À PRÁTICA
Coordenadores: Esteban Reyes Celedón (UFAM) e Silvia Helena Benchimol Barros (UFPA)
Tendo em conta que a tradução como atividade filosófica, hermenêutica, inerente à produção intelectual do ser humano e a tradução de textos literários, em particular, têm histórias de muitos séculos (os romanos estudavam e traduziam os clássicos gregos), curiosamente só no passado século XX, surge a preocupação de discutir a tradução e criar tanto uma Teoria quanto uma Crítica da Tradução. A segunda metade do século XX assiste também, em face à necessidade de interlocução das ciências e seus agentes, ao surgimento da tradução de especialidade e suas nuances terminológicas e, ato contínuo, surge o tradutor profissional. Este simpósio pretende reunir trabalhos cuja metodologia esteja centrada na tradução de textos literários – em prosa ou em verso e, de textos de especialidade – com foco nas unidades lexicais especializadas – que resultem do ato de recriar, do “criar novamente”, e do transmitir conhecimentos de forma localizada. A tradução de textos, independente do seu gênero e tipologia, se justifica entre outros aspectos pelo fato de abrir caminhos a outras formas de expressão (em outras línguas, outras culturas, outros lugares e outros tempos históricos), utilizando os recursos de cada língua para articular e confrontar modos de saber e de experiência, permite exercitar a questão da transposição da linguagem formal, técnica, mas também coloquial, das gírias e expressões criadas na fala cotidiana de um grupo de pessoas de um local e uma época específica (sempre presentes em textos literários e igualmente contemplados nos estudos socioterminológicos) e auxiliar no amadurecimento da reflexão teórica acerca de aspectos específicos da tradução. Assim, este simpósio pretende proporcionar um espaço de discussão e reflexão, visando identificar as diferentes estratégias utilizadas por cada tradutor na recriação de textos literários e na transposição intra e interlinguística de textos de áreas específicas do conhecimento, e as escolhas e implicações que surgem do ato tradutório.
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SIMPÓSIO 18 – ESTUDOS DO LÉXICO E DA ONOMÁSTICA NA REGIÃO NORTE
Coordenadores: Karylleila dos Santos Andrade Klinger (UFTO) e Alexandre Melo de Sousa (UFAC)
O léxico reflete a cultura de um povo pela forma como se dá o processo de nomeação de dada realidade, permitindo a identificação de traços linguístico-sociais nas práticas interacionais cotidianas. A língua, percebida como um sistema aberto, está sempre propensa às transformações pelas quais a sociedade passa. Para compreender o constante movimento da língua é preciso ter em mente que o seu uso leva a variações e essas produzem determinadas mudanças. Uma forma de pensar o estudo do léxico, portanto, é associando as palavras e as expressões aos diferentes níveis. Em português, há muitas diferenças no uso da língua, especialmente na fala, que são perceptíveis no léxico, na pronúncia e na composição de frases. Por ser a língua dinâmica, é natural a existência de variações que decorrem de fatores como a região geográfica, o nível cultural, a idade, a classe social, o sexo e o contexto. Este simpósio tem como objetivo divulgar e socializar pesquisas relacionadas ao estudo do léxico, desenvolvidas na região Norte do país. A Lexicologia tem como uma de suas tarefas examinar as relações do léxico de uma dada língua com o universo natural, social e cultural, a transposição de uma realidade infinita e contínua a um número de lexias. Procura abordar a palavra como instrumento de construção e detecção de uma cosmovisão, de um sistema de valores, como geradora e reflexo de recortes culturais. Também é objetivo do evento apresentar pesquisas, finalizadas ou em andamento, vinculadas à área da Onomástica, uma subárea da Lexicologia, que estuda os nomes próprios e que se subdivide em Toponímia e Antroponímia.
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SIMPÓSIO 19 – CIDADES, FLORESTAS E RIOS EM FRONTEIRAS AMAZÔNICAS E PAN-AMAZÔNICAS: MEMÓRIAS, LITERATURAS, HISTÓRIAS E OUTRAS ARTES
Coordenadores: Gerson Rodrigues de Albuquerque (UFAC) e Francisco Bento da Silva (UFAC)
Situadas em tempos e contextos a agregar temporalidades e espacialidades, tradições e modernidades, localidades e globalidades, diferentes narrativas históricas e literárias permitem leituras capazes de adentrar variados ambientes, onde populações locais ou em deslocamentos inscrevem, em seus enfretamentos cotidianos, todo um modo de vida e de luta, representados em patrimônios materiais, imateriais, afetivos, práticas de trabalho, religiosidades, sociabilidades que exigem e forjam a construção de projetos sociais alternativos para defender suas existências. Em relações quase sempre desiguais, grupos nativos e diaspóricos, misturando-se em diferentes tempos e espaços nas florestas e cidades das muitas Amazônias, desde há muito, se encontram e se confrontam com epistemologias eurocentradas, defendendo, em meio às tensões e conflitos presentes nos contatos e intercâmbios culturais, interesses e necessidades orientadas por cosmologias esquadrinhadas em seus universos culturais. Os diálogos e estudos de diferentes pesquisadores dos mundos amazônicos vêm procurando colocar em evidência práticas culturais e modos de vida gestados em condições peculiares de relação cultura-natureza. A partir desses estudos procuramos definir as noções de patrimônios, histórias e literaturas que tematizam este Simpósio Temático, notadamente, sob perspectivas abertas pelos Estudos Culturais. A proposta é pensar cidades, florestas e rios como espaços/tempos multifacetados nos quais são alinhavadas experiências de mulheres crianças e homens de distintas camadas sociais e componentes étnicos em mediações e confrontos socioculturais. No âmbito de redes de relacionamentos, estruturas de sentimentos e processos de apropriação/incorporação interculturais, as memórias, literaturas, histórias e outras artes são pensadas como suportes para acompanharmos vivências/experiências/resistências de grupos sociais em suas reinvenções de valores, comportamentos e tradições, bem como espaços e territorialidades que produzem, renovam ou refazem modos de vida e de luta. Nesse sentido, ganham relevância as linguagens e narrativas orais, escritas e imagéticas – potencializadoras de vozes, performances, imaginários, viveres, saberes e fazeres – que permitem incursões em trajetórias individuais e coletivas em contínuos diálogos com identidades e alteridades.
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SIMPÓSIO 20 – PROCESSOS SOCIOCOGNITIVOS E CULTURAIS EM NARRATIVAS AMAZÔNICAS
Coordenadores: Heliud Luis Maia Moura (UFOPA) e Maria Aldenira Reis Scalabrin (UFOPA)
Entendendo que as atividades de referenciação constituem um conjunto de processos variados e complexos, é importante destacar, consoante as postulações de autores voltados para esse fenômeno, que estas incluem componentes culturais relevantes, embutidos na base da interpretação de sentidos veiculados pelas interações sociais. Logo, as produções textual-discursivas são instrumentos portadores de estruturas conceitual-culturais que permeiam as mensagens realizadas pelos diversos interactantes. Assim, é válido dizer que as expressões referenciais são formas por meio das quais essas estruturas conceituais são reconstruídas, passando a veicular: conceitos, pré-conceitos, tabus, interpretações acerca de relações sociais diversas, sentidos atribuídos a certos referentes, significados ligados a relações espaciais e temporais, significados resultantes de recategorização de referentes de âmbito cultural, dentre outros elementos conceituais associados às práticas das comunidades em que circulam as mencionadas produções textuais. O presente Simpósio Temático tem como objetivo reunir os mais diversos trabalhos na área de linguagens, narrativas e culturas populares, especialmente os vinculados aos seguintes temas: narrativas amazônicas, processos sociocognitivos, repredicação de referentes; processos anafóricos; uso de expressões hiperonímicas/meronímicas; emprego de elementos contextualizadores; emprego de expressões nominais definidas e indefinidas caracterizadoras de eventos e personagens; uso de proposições metaenunciativas; utilização de rótulos sumarizadores/encapsuladores; utilização de construções metadiscursivas; uso de formas reificadas de referenciação de referentes; emprego de marcadores temporais; utilização de marcadores dêitico-espácio-referenciais, dentre outros recursos que entram na composição de processos referenciais e que se manifestam como elementos veiculadores das estruturas básicas de sentido exigidas pelas práticas textuais, no âmbito das atividades culturais em mobilização no universo biossocial amazônico.
e-mail do Simpósio 20: gellnorte2019simposio20@gmail.com
SIMPÓSIO 21 – ESTUDOS DE RETÓRICA, GRAMÁTICA E ESTILÍSTICA
Coordenadores: Carlos Renato Rosário de Jesus (UEA)e Juciane Cavalheiro (UEA)
Este simpósio reunirá trabalhos que desenvolvam pesquisas sobre temas relativos à Retórica e Argumentação, preferencial mas não exclusivamente direcionados ao período clássico greco-romano, abordando conceitos, sistemas e instrumentos hermenêuticos e heurísticos acerca dos elementos retóricos presentes em textos da Antiguidade ou posteriores. Como refinamento dessa abordagem, o simpósio também acolherá trabalhos tematizando questões relativas à noção de Gramática, de sua origem aos nossos dias, seja em seu aspecto histórico-teórico, seja em seu aspecto crítico-pedagógico. Incursões, nessa mesma linha, a problemas de estilística e metalinguagem artística em línguas naturais também entrarão no escopo deste grupo.
e-mail do Simpósio 21: gellnorte2019simposio21@gmail.com
SIMPÓSIO 22 – ESTUDOS DE FONÉTICA, FONOLOGIA E PROSÓDIA DAS LINGUAS NATURAIS
Coordenadores: Valteir Martins (UEA) e Carlos Renato Rosário de Jesus (UEA)
O Simpósio abrigará estudos comparativos, descritivos ou interpretativos na área de aquisição e aprendizagem de línguas, relacionados à área da Fonética/Fonologia, bem como seus alcances prosódicos. Esse espaço será destinado para a discussão de trabalhos que se pautem na língua portuguesa, nas línguas estrangeiras diversas (sendo essas L2 ou não), nas línguas indígenas, bem como em dialetos amazônicos e na investigação de fenômenos fonológicos presentes nessas línguas, a partir da reflexão sobre os processos que devem ser destacados nos estudos dessa área da Linguística.
e-mail do Simpósio 22: gellnorte2019simposio22@gmail.com
SIMPÓSIO 23 – ESTUDOS SOBRE LÍNGUAS DA FAMILIA KARIB
Coordenadores: Angela Fabiola Alves Chagas (UFPA) e Eduardo Alves Vasconcelos (UNIFAP)
A família linguística Karib é uma das mais importantes da América do Sul, tanto pelo seu grande número de línguas (40 a 60), quanto pela sua extensão territorial, que vai desde a Colômbia, passando pelo Brasil, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname (FABRE, 2005). Grande parte das línguas dessa família já está extinta e dentre as que restam, muitas possuem menos de 500 falantes, o que as deixa expostas também a um grande risco de extinção. Apesar da grande importância da família, pouco ainda se sabe sobre ela. A falta de conhecimento sobre a família vai desde o problema dos nomes das línguas (pois pesquisadores diferentes deram nomes diferentes para os mesmos grupos étnicos/línguas) até o status linguístico de cada uma delas, pois em alguns casos não há certeza se se tratam de línguas ou codialetos, o que traz como consequência a grande variação no número de línguas pertencentes à família. Em termos gerais, a família possui diversas características que interessam à Tipologia Linguística. Sobre a fonologia, podemos citar, por exemplo, processos de redução silábica, alternância vocálica sonorização e lenição de obstruintes. Em relação a aspectos gramaticais, a família possui sete sistemas verbais de orações independentes bastante diferentes entre si, línguas com marcação de caso ergativo, bem como outras com alinhamento (direto-)inverso, condicionado por hierarquia de pessoa; além da possibilidade da existência de classificadores genitivos em línguas como o Panare, Apalaí, Kuikuro, Tiriyó e Ikpeng; ordem sintática OVS, dentre outros aspectos relevantes. O objetivo deste Simpósio é possibilitar o encontro e a discussão de pesquisas que investiguem diferentes aspectos gramaticais da família Karib, com o intuito de contribuir para um maior e melhor conhecimento desta. Serão bem-vindos trabalhos de diferentes enfoques teóricos.
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SIMPÓSIO 24 – ALFABETIZAÇÃO NA AMAZÔNIA: ORALIDADE, LEITURA, ESCRITA E LITERATURA INFANTIL E JUVENIL NO SERTÃO DAS ÁGUAS
Coordenadores: Elizabeth Orofino Lucio (UFPA-IEMCI) e Selma Costa Pena (UFPA-ICED)
A Amazônia se configura como cenário de grande biodiversidade e nos remete a um imaginário de amplitude, exuberância, imensidão. É esta imagem que se transfigura em realidade quando são percorridos os seus rios, igarapés, lagos e furos, tal é sua extensão e riqueza, até mesmo para quem é nascido nessa região. A Amazônia ainda tem muito de desconhecido e, entre os espaços-tempos a serem conhecidos, incluímos o trabalho pedagógico do processo de alfabetização de amazônidos das áreas metropolitanas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Este simpósio temático está aberto aos estudos de oralidade, leitura, escrita e literatura infantil e juvenil que focalizem o trabalho de alfabetização escolar no contexto amazônico, tomando como alicerce a cultura escrita/escolarização e a alfabetização na perspectiva discursiva (SMOLKA, 2003). Os estudos poderão versar sobre: 1. formação de professores alfabetizadores; 2. o papel da literatura infantil e juvenil nas práticas de alfabetização, focalizando particularmente investigações que validem ações com texto literário numa proposição de formação para cultura escrita, bem como aquelas que problematizam as políticas públicas de leitura para alfabetização como PNAIC, PNLL e PNBE, PNLD Literário; 3. escrita de textos por crianças em anos iniciais da escolaridade e/ou com dificuldades neste campo da linguagem; e 4. concepções de professores sobre a escrita e as ações didáticas que propõem com o objetivo de promover a escrita de textos em sala de aula. Os trabalhos podem ser de natureza empírica e aplicada, cujos resultados e reflexões contribuam para a compreensão da alfabetização, do trabalho com literatura infantil e juvenil, e a produção escrita de textos, das dificuldades experimentadas pelo escritor iniciante e para a promoção de práticas educacionais capazes de desenvolver a habilidade de produzir textos escritos.
e-mail do Simpósio 24: gellnorte2019simposio24@gmail.com
Formulário e instruções para submissão de COMUNICAÇÃO ORAL em Simpósio Temáticos
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